Guia para realização de exame físico
Aprenda um pouco mais sobre a sequência e as etapas de realização do exame físico e obtenha um guia para sua realização.
Aspectos a se observar ao realizar exame físico
Sempre após a anamnese segue-se a realização de um exame físico completo ou parcial, a depender do problema que a pessoa apresente e da necessidade identificada.
Para realizá-lo você precisa observar alguns aspectos, como por exemplo:
– Identificar-se como o profissional que irá fazer o exame;
– Explicar todo o procedimento para a pessoa;
– Estabelecer a confiança e estimular a cooperação;
– Usar um tom de voz adequado;
– Ter cuidado com expressões verbais e não-verbais que possam alarmar ou causar preocupação à pessoa;
– Manter o conforto e a privacidade da pessoa examinada;
– Fornecer um ambiente tranquilo;
– Começar a examinar a pessoa na posição sentada, se for possível;
– Realizar o exame de forma sistemática da cabeça aos pés, observando todos os segmentos do corpo;
– Aplicar adequadamente as técnicas de exame e avaliação, a saber: inspeção, palpação, percussão e ausculta;
– Manter a higiene adequada das mãos e equipamentos durante todo o exame;
– Registar de modo apropriado.
Sequência do exame físico
A sequência correta para o exame é:
– Estado geral
– Cabeça
– Pescoço
– Pele e extremidades
– Tórax
– Abdome
– Membros
– Genitália
Etapa de realização do exame físico
O exame físico é realizado utilizando-se 4 técnicas, a saber:
1. Inspeção: é o momento da avaliação detalhada observando aspecto, cor, forma, tamanho/simetria, cavidades corpóreas e movimentos. A inspeção é classificada como estática, quando avalia o cliente parado e dinâmica quando o avalia em movimento. Basicamente se utiliza aí a visão e em alguns momentos o olfato, para identificar padrões de normalidades e anormalidades.
2. Palpação: é o momento em que utilizamos o toque, com ou sem pressão, para sentir as estruturas. O sentido que utilizamos aqui é o tato. Ao toque notamos temperatura corporal (não substitui a verificação com termômetro), textura e consistência das estruturas. Atenção ao realizar a pressão durante a palpação, pois, em estruturas rígidas, como por exemplo no tórax, a pressão não pode ser maior que 1cm. Já em estruturas não rígidas, onde você pode aprofundar um pouco mais ao palpar, como é o caso do abdome, você pode pressionar até no máximo 4cm.
3. Percussão: consiste em realizar pequenos golpes no corpo para gerar ruídos, os quais serão avaliados. A depender do som gerado podemos identificar a presença ou não de anormalidades. Por exemplo, ao percutir o tórax, por ser uma área com estrutura óssea, o som é mais “firme”, chamado de som maciço; no abdome, por ter vísceras e estruturas ocas, o som é mais “fofo”, denominado de som timpânico. Se em algum momento identificar som maciço no abdome é porque tem algo anormal.
4. Ausculta: esta consiste em realizar a escuta dos sons naturais que são gerados pelo corpo. No geral, se utiliza um equipamento, como por exemplo, o estetoscópio para esta escuta, que passa a ser denominada de AUSCULTA. Aqui, utilizamos o sentido da audição. Exemplo: o ar entrando e saindo dos pulmões naturalmente, gera um ruído denominado de murmúrio vesicular. Por conta de algum comprometimento pulmonar, o ruído pode estar diferente, o que é percebido ao realizar a ausculta. O som vai variar de acordo com o tipo de comprometimento e, de maneira geral, os ruídos anormais recebem o nome de ruídos adventícios.
Com que objetivo se realiza o exame físico?
Esta avaliação para coleta de dados do exame físico deve seguir rigorosamente estas técnicas e, para isto, o profissional de enfermagem precisa desenvolver a habilidade de utilizá-las. É durante o exame físico que confirmamos muitas das informações relatadas pelo cliente durante a anamnese no que se refere ao seu corpo e seu funcionamento.
Ao examinar, identificamos aspectos normais e anormais que serão descritos no texto chamado exame físico. Esta descrição deve ser feita utilizando a terminologia técnica. Não é suficiente, por exemplo, descrever que tal área do corpo está normal ou que está anormal. Se você diz que a temperatura está anormal, não é uma informação clara, pois, se ela estiver baixa é anormal, se estiver alta também é anormal. Então, qual é anormalidade existente? É aí que entra a importância da descrição em termos técnicos (hipotermia, hipertermia), porque saberemos exatamente qual é a anormalidade.
Estes aspectos identificados, sejam normais ou anormais, irão direcionar as assistências de enfermagem que iremos planejar e executar para o cliente, garantindo assim a qualidade assistencial e individualizando a assistência conforme a necessidade do cliente.
Material para download
Algumas pessoas têm dificuldade de redigir adequadamente um exame físico.
Você é uma dessas pessoas?
Então, elaborei um mini-guia para escrever exame físico, que inclui os termos mais comuns utilizados em quadros de normalidade e anormalidade. Isso pode facilitar muito a construção dos exames na prática.
O guia está disponível para download. Para baixar você deve clicar no botão abaixo, preencher seu nome e e-mail. O download é gratuito.
4 mandamentos para um bom exame físico
Ter um bom roteiro em mãos, saber realizar a avaliação de forma adequada usando todas as técnicas citadas anteriormente, saber os termos técnicos apropriados para a redação do exame físico, assim como, escrevê-los de forma correta, mantendo um bom domínio do portuguê, são mandamentos para a construção adequada de um exame físico.
E se você tem alguma dificuldade ou dúvida para redigir exame físico, deixe aí nos comentários, assim você direciona a minha produção de conteúdos para este blog conforme a sua necessidade e eu te ajudo a aprender mais sobre o tema.
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